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E AGORA? Coisas de Mulherzinha, por Rosane de Andrade

Colunistas

há 3 anos


07/07/2020 10h43 - Atualizado em 07/07/2020 10h56


 

Não é toda a semana que tenho inspiração. Às vezes o texto vem na minha cabeça de repente e fico falando em voz alta como que tentando fixá-lo. Em outros momentos, ele surge quando estou quase dormindo, mas não levanto pra anotar nada, confio na minha memória...porém ela acaba me traindo e o escrito não fica igual ao esperado.

 

Diria que surge do nada e fica me perseguindo em uma ou outra palavra. E uma coisa junta a outra e fico com um monte de retalhos. Preocupo-me com o final sempre. Quero desconstruir toda uma lógica (que eu acho que meu texto tem) com uma frase inusitada como um outro pensamento que pode não ter nada a ver... ou ter.

 

Quando a ideia não vem, busco o Google, assuntos mais falados da semana ou os que bombaram no facebook. Ou então vejo tudo e acabo por não gostar de nada. E quando me dou por conta lá estou eu louca pra falar de cachorros de novo.

 

Entretanto é chato ser apontada como a pessoa de um assunto só. Faço tantas coisas, ocupo-me de tantos segmentos diferentes que já deixei há muito de abordar assuntos sobre relacionamento. Tive uma época em que eu mergulhei nesse tema porque achava que falando muito poderia solucionar o que me incomodava.

 

Lembro que tinha-me inscrito em vários sites de namoro e ia pescando uma coisa ali outra ali pra usar de mote pros meus textos. Minhas incursões desastradas em encontros às cegas eram partilhadas porque várias mulheres cometiam as mesmas sandices. Hoje encaro como maluquice porque a idade me fez mais cautelosa, medrosa, cagona mesmo. Atualmente sair pra encontrar alguém em algum lugar, mesmo que público, é muito arriscado. E, cá entre nós, já encontrei meu par.

 

Meus textos começaram a ficar mais variados porque tudo serve de inspiração: adoro observar o mundo, as pessoas sendo pessoas (às vezes mais ou menos). Percebo um pouco mais que os demais porque estou sempre à caça. E qualquer pessoa pode virar assunto.

 

Uma vez, quando eu escrevia somente sobre o comportamento feminino recebi um elogio inusitado: "nossa, você compreende tanto a alma feminina!"  Aceitei como elogio, mas, poxa, eu sou mulher, né??? Será que a pessoa não percebeu???

 

Às vezes sou séria e escrevo coisas tristes e, em outras, sou engraçada apenas relatando algo que aconteceu comigo: uma lagartixa entrando em casa, ficar sem internet, sem luz... Mas juro que não busco graça, tristeza, nada disso, apenas relato o que penso e quero compartilhar, quase que como num confessionário com uma ou mais pessoas ouvindo. Quase uma terapia.

 

Pois é, e hoje chove, só penso em dois cachorrinhos que vivem na praça (não porque querem) e penso no frio, na fome, na pandemia e que amanhã é segunda e tuuuudo de novo. Tudo novamente num normal que inventaram pra nós e que temos de seguir pra nossa segurança.

 

Amanhã é segunda-feira e recomeça o normal anormal de nossas vidas desde março... E prossigo... com ou sem inspiração.

Fonte: Coisas de Mulherzinha - Colunista Rosane de Andrade

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