Aos 90 anos ela coleta recicláveis, vende e doa o valor ao Hospital

Iria Trevisol Molgero natural de Jacinto Machado, aos 90 anos ela presta um trabalho voluntário de reciclagem, onde ela faz a coleta de resíduos recicláveis com venda mensal e os valores obtidos são destinados ao Hospital São Roque de Jacinto Machado.

"Eu comecei quando cheguei do colégio e passei a sentar para começar a bordar. Um dia eu senti algo no meu peito e tinham coronárias entupidas precisei parar de trabalhar. Na escola, eu trabalhava e ainda fazia horta. Quando eu fui ao médico, ele viu as minhas veias entupidas, colocou stents e pediu para que eu começasse a caminhar. Nas caminhadas, eu comecei a recolher reciclados em prol do nosso hospital”, conta ela com orgulho do trabalho voluntário que faz há muitos anos.

Ela conta ainda que se sente muito feliz em saber que está ajudando o Hospital de alguma forma. Parece pouco, mas que dá um bom valor. “No começo eu vendia uma carga enorme todo do mês para o comprador, um conhecido meu que mora no Sombrio. Hoje eu recolho, e a minha amiga Ilma Generoso, manda a filha buscar ali em casa e elas vendem. Mas, estamos trabalhando juntas e é um serviço que eu me orgulho muito por dar uma boa grana e ajudar bem nosso hospital. O valor é totalmente para o hospital. Nada para mim. Eu não preciso. É difícil o dia que eu não faço (a coleta). Na verdade, é um trabalho voluntário para o hospital, mas me ajuda também para manter a saúde”, relata.

Na Verdade ela começou recolhendo o equivalente a R$ 20 por mês, que doava à igreja. Até que a amiga, também professora aposentada, sugeriu que doasse ao Hospital São Roque.

Dona Iria como é conhecida conta que sempre gostou de fazer trabalhos voluntários. “Na época que eu trabalhava, eu era uma professora que também fazia horta para alimentar os alunos, além de cuidar da que eu tinha em casa”, completa.

Além de auxiliar na sustentabilidade, ajudando com a reciclagem, ela também inspira outras pessoas a reciclarem e ajudar em causas sociais. Dona Iria conta que sempre foi engajada na comunidade. Trabalhou mais de 30 anos como professora, antes de se aposentar.

Com essa ajuda e também outros trabalhos voluntários, o hospital já passou por várias reformas.

“As pessoas dizem: é muito difícil, tudo é muito difícil, mas é só ir e fazer”, finaliza ela, motivando outras pessoas a ajudarem também.